segunda-feira, 30 de julho de 2012

Gilmar inocentou Azeredo : deve ser considerado impedido


Mensalão do tucano Azeredo ainda sem data de julgamento corre risco de prescrição

O tucano Azeredo é réu no processo do mensalão do PSDB de Minas. A imprensa "esquece" de divulgar o andamento do processo. É mais uma mostra do que a grande mídia deve aprontar quando começar o julgamento no STF.

O mensalão do PSDB e Azeredo em Minas Gerais,  que segundo o Ministério Público funcionou no fim da década de 1990 para arrecadar ilegalmente recursos para a campanha ao governo de Minas, ainda não tem previsão de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Em dezembro de 2009, os ministros do STF receberam a denúncia e abriram processo criminal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), acusado de peculato e lavagem de dinheiro por participação no "mensalão tucano". O relator do processo também é o ministro Joaquim Barbosa, o mesmo do mensalão federal.

 Sem previsão

 Apesar de o processo contra Azeredo ser aparentemente mais simples e com apenas um réu, ainda não há previsão de quando será analisado. Com a demora, advogados e integrantes do MP ouvidos pelo jornal O Estado de São Paulo admitem o risco de prescrição das penas em caso de condenação.

Ao contrário do que ocorreu no processo  com o chmado "mensalão"  no qual todos os réus serão julgados no STF, no mensalão do PSDB por enquanto apenas Azeredo terá a acusação analisada pela Corte máxima. Os outros dez réus do mensalão do PSDB serão julgados pela Justiça de MG. A expectativa no Judiciário mineiro é que esse julgamento ocorra em no mínimo um ano e meio.

Em Minas, a denúncia foi recebida em 24 de fevereiro de 2010 pela juíza Neide da Silva Martins, da 9.ª Vara Criminal, após o desmembramento determinado pelo Supremo. Após escutar as testemunhas de acusação, ela colhe agora os depoimentos de pessoas arroladas pelos réus. São cerca de cem, o que deve retardar o andamento do processo, até porque parte mora em outros Estados e terá de ser ouvida por meio de cartas precatórias. Só depois disso, os réus serão interrogados, abrindo caminho para as alegações finais das partes e uma possível decisão.

Os acusados respondem por peculato e lavagem dinheiro, crimes que prescrevem, respectivamente, se aplicadas as penas máximas, em 16 e 12 anos, a contar da data de recebimento da denúncia (no STF, em dezembro de 2009). Essa hipótese, porém, é improvável, pois a maioria dos réus é primária e fatores como o seu comportamento no decorrer do processo podem atenuar as punições.

Ao desmembrar o processo, o Supremo abriu também a possibilidade de que a Justiça tenha entendimentos contraditórios sobre os mesmos fatos, condenando uns réus numa instância e livrando outros em outra. Uma eventual absolvição pelo STF favoreceria os demais acusados da Justiça mineira, na avaliação dos advogados.

Laboratório.

Baseada em laudos da Polícia Federal e em quebras de sigilo, a peça sustenta que R$ 3,5 milhões, transferidos por estatais mineiras às agências de Marcos Valério para que promovessem eventos esportivos, foram desviados para a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB). Dos R$ 3,5 milhões pagos como patrocínio, somente R$ 200 mil em despesas com eventos teriam sido efetivamente comprovados, por meio de notas fiscais. Na Justiça mineira, os réus sustentam que o dinheiro bancou, sim, as competições. Lideranças políticas e prestadores de serviços da campanha do tucano admitiram o recebimento de recursos de caixa 2.

PAPÉIS QUE PROVAM LIGAÇÃO VALÉRIO-AZEREDO [PSDB]


Do portal “Conversa Afiada”, de Paulo Henrique Amorim (PHA)

NASSIF TAMBÉM PÕE BATATA DO GILMAR PARA ASSAR

“Será que o Gilmar vai à Dra Cureau atormentar o Nassif e o ansioso blogueiro [PHA]?

Caso o Ministro Ayres Britto não tenha lido “Ministro Britto, o Gilmar pode julgar ?”,saiu no Blog do Nassif interessante analise de Jotavê (será primo do Stanley ?):

AVALIAÇÃO DE PAPÉIS QUE PROVAM LIGAÇÃO VALÉRIO-AZEREDO

Por Jotavê

Comentário do post “Os documentos que comprovam relação entre Valério e Azeredo

“A revista ‘Carta Capital’ disponibilizou sábado à noite os documentos que embasaram a reportagem de Leandro Fortes. Com eles em mãos, já é possível fazermos uma avaliação mais sóbria.

Marcos Valério, através de seu advogado, alega que a lista é falsa. É possível que seja, mas não é provável. O motivo é simples. Os valores que constam nos recibos correspondem, na quase totalidade dos casos, aos valores constantes das listas. Mais ainda. Quando há DIVERGÊNCIA entre os valores da lista e os constantes nos recibos, essa divergência obedece a um padrão uniforme que, como veremos, REFORÇA a hipótese de a lista ser autêntica.

Vamos, antes de passar à análise dos dados, entender o material que a revista tem em mãos. Trata-se, por um lado, de um volume encadernado com o registro de doações recebidas pelo PSDB mineiro em 1998 e dos valores pagos pelas agências de Marcos Valério. Desse volume, constam tanto os pagamentos contabilizados quanto os feitos por baixo do pano. A evidência disso é a discrepância entre os valores declarados pelo PSDB e os valores constantes do documento. Os pagamentos totais constantes da contabilidade secreta de Marcos Valério somam mais de 100 milhões de reais.

Além desse volume encadernado, há uma série de comprovantes de depósito ou de transferência bancária feitos (todos) pela agência SMP&B de Marcos Valério em nome de pessoas e empresas listadas (todas) no volume encadernado. Há comprovantes de todos os pagamentos? Não, não há. Não esperem encontrar um recibo com o depósito na conta de Gilmar Mendes, por exemplo, ou de Aécio Neves, até porque, se esses pagamentos aconteceram de fato (e já não tenho motivos para duvidar de que isso tenha acontecido, diante dos documentos apresentados), certamente foram feitos em espécie.

Se comparamos os recibos com os pagamentos declarados na lista, a concordância é quase total. Eis aqui a lista dos recibos que correspondem exatamente aos valores discriminados na lista. Listei-os por ordem decrescente de valor para fazer uma observação importante a seguir:

Maria Cristina Cardoso de Mello 175.000,00
Maurílio Borges Bernardes 125.000,00
Fábio Valença 91.457,28
Jaldo Retes Dolabela 53.025,00
Afonso Celso Dias 50.000,00
Luiz Flávio Vilela Mesquita 50.000,00
Nei Martins Junqueira 50.000,00
Vagner Nascimento Junior 30.000,00
Antônio Marum 25.000,00
Cláudio Pereira 25.000,00
Ermino Batista Filho 25.000,00
Gilberto Rodrigues de Oliveira 25.000,00
Gilberto Wagner/
Mario Luis P. Pereira 25.000,00
Márcio Luiz Murta 25.000,00
Baldomedo Artur Napoleão 23.000,00
Edson Brauner da Silva 20.000,00
Honório José Franco 20.000,00
Ivone de Oliveira Loureiro 20.000,00
Maria Ângela Arcanjo 20.000,00
Marlene Arlanda Caldeira 20.000,00
Martins Adélio Gomes 20.000,00
Olavo Bilac Pinto Neto 20.000,00
Ricardo Desotti Costa 20.000,00
Rosane Aparecida Moreira 20.000,00
Wilfrido Albuquerque Oliveira 20.000,00
Ajalmar José da Silva 15.000,00
Arnaldo Francisco Penha 15.000,00
Clemente Sarmento Petroni 15.000,00
Francisco Ramalho 15.000,00
João Manoel Rathsam 15.000,00
Maria Olívia de Castro Oliveira 15.000,00
Maurício Antônio Figueiredo 15.000,00
Obed Alves Guimarães 15.000,00
Odair Ribeiro Vidal 15.000,00
Sonia Maria Salles Campos 15.000,00
Eder Antônio Madeira 12.000,00
Geruza Pereira Cardoso 12.000,00
Naylor Andrade Vilela 12.000,00
Maria Eustáquia de Castro 11.000,00
Aldimar Dima Rodrigues 10.000,00
Alencar Magalhães da Silveira Jr. 10.000,00
Grupo Hum Prop./Marketing 10.000,00
Marcelo Jerônimo Gonçalves 10.000,00
Rui Resende 10.000,00
Tarcísio Henriques 10.000,00
Vilda Maria Bittencourt 10.000,00
José Augusto Ribeiro 9.000,00
Antônio de Pádua Luma Sampaio 8.000,00
Silvana Vieira Felipe 8.000,00
Cláudio de Faria Maciel 7.000,00
Heloísa Helena Barras Escomini 5.000,00
Nelson Antônio Prata 5.000,00
José Roberto del Calle 4.000,00
Maria Aparecida Vieira 2.500,00
Maria da Conceição Almeida Alves 2.500,00
Antônio Milton Sales 2.000,00

Reparem que, se excetuarmos os quatro primeiros pagamentos, todos os outros têm valores iguais ou menores a 50 mil reais. Ou seja, nos casos em que os valores constantes na contabilidade de Marcos Valério COINCIDEM com os depósitos feitos em conta corrente, os valores são relativamente baixos. Como veremos a seguir, existem abundantes evidências de que valores maiores que 50 mil foram divididos em vários depósitos. Quem estava recebendo não queria acender sinais de alerta no Banco Central e na Receita Federal. Mesmo nos quatro primeiros casos, reparem que o terceiro e o quarto referem-se a pagamentos de mercadorias ou serviços. Têm valores exatos, até a casa dos centavos, e muito provavelmente foram feitos de forma regular, com nota fiscal e tudo.

Agora, os casos em que os valores depositados não batem com os valores declarados. Pus entre parênteses os valores que constam da contabilidade:

Alfeu Queiroga de Aguiar dois depósitos de R$25.000,00  (R$133.222,00)
Amilcar Viana Martins Filho R$6.000,00 (R$255.500,00 + R$211.726,40 (referente a multa))
Cantídio Cota de Figueiredo R$40.000,00 (R$53.000,00)
Carlos Welth Pimenta Figueiredo R$12.000,00 (R$59.000,00)
Custodio de Mattos R$20.000,00 (R$120.000,00)
Elmo Braz Soares R$6.000,00 (R$120.000,00)
Geraldo Magela Costa R$40.000,00 (R$ 5.000,00 – único caso de valor menor)
Humberto Candeias Cavalcanti R$3.000,00 (R$53.000,00)
João Batista de Oliveira R$7.000,00 (R$35.000,00)
José Pinto Resende Filho R$7.500,00 + R$15.000,00 (R$22.500,00 – fica claro o parcelamento)
Kemil Said Jumaira R$9.000,00 (R$59.000,00)
Luciano Claret Gonçalves R$15.000,00 + R$30.000,00 (R$45.000,00 – fica claro o parcelamento)
Paulo Abi Ackel R$50.000,00 (R$100.000,00)
Olinto Dias Godinho R$20.000,00 (R$120.000,00)
Romeo Anisio Jorge R$100.000,00 (R$200.000,00)
Sebastião Navarro Vieira R$9.000,00 (R$40.000,00)
Wanderley Geraldo de Ávila R$21.000,00 (R$43.900,00)

Como se vê, os poucos valores DISCORDANTES que temos entre recibos e contabilidade da SMP&B não afetam a credibilidade do documento. Pelo contrário, a reforçam. Em todos os casos, temos valores altos que foram pulverizados em diversos depósitos, para driblar o Banco Central e o fisco. Em dois casos (José Pinto Resende Filho e Luciano Claret Gonçalves), temos o retrato completo da operação toda de pulverização, com a soma dos recibos batendo exatamente com o valor declarado na contabilidade de Marcos Valério.

Agora, a pergunta principal. É possível que essa lista tenha sido falsificada? É possível, mas não é provável. A única possibilidade que consigo imaginar é a de alguém pegando a lista original e ACRESCENTANDO nomes que não estavam nela. Marcos Valério diz que o documento é falso. O cartório em que ele tem firma diz que a assinatura é dele. É preciso fazer uma perícia e verificar a autenticidade dessa assinatura. Se for dele, o Ministro Gilmar Mendes está exatamente na mesma posição que a maioria dos réus do mensalão. Recebeu dinheiro não contabilizado de campanha (sabendo disso ou não), e ainda por cima mentiu ao dizer, agora, que não recebeu coisa nenhuma. Por aquilo que sabemos até aqui, essa lista tem tudo para ser autêntica, e é um crime que a mesmíssima imprensa que deu publicidade ao grampo sem áudio envolvendo Demóstenes Torres, Gilmar Mendes e Policarpo Jr. não se preocupe em, pelo menos, investigar a fundo os dados fornecidos na reportagem da revista Carta Capital.

Em tempo [PHA]: será que o Gilmar Dantas (*) também vai à Dra Cureau atormentar o Nassif e o ansioso blogueiro [PHA]? Bem que ele tentou antes e depois desistiu.”

FONTE: escrito por Jotavê, publicado no portal de Luis Nassif e transcrito no portal “Conversa Afiada”  (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/07/29/nassif-tambem-poe-batata-do-gilmar-para-assar/).
Postado por Política


Gilmar Mendes e o mensalão tucano

Por Antônio Mello, em seu blog:

Chamada de capa da revista Carta Capital que vai às bancas no dia de hoje levanta denúncia de que o ministro do STF Gilmar Mendes teria recebido R$185 mil do mensalão tucano de Minas, que desviou verbas para a campanha dos aliados de FHC (à época presidente e candidato à reeleição) e Eduardo Azeredo (à época governador) em Minas e no Brasil.


Que o dinheiro do mensalão tucano abasteceu as campanhas de Azeredo e FHC não resta dúvida - o próprio Azeredo o confirmou: Azeredo confirma informação do Blog do Mello: Dinheiro do valerioduto tucano irrigou campanha de FHC.

FOLHA - A Polícia Federal diz que houve caixa dois na sua campanha...
EDUARDO AZEREDO - Tivemos problemas na prestação de contas da campanha, que não era minha só, mas de partidos coligados, que envolvia outros cargos, até mesmo de presidente da República.
FOLHA - O dinheiro da sua campanha financiou a de FHC em Minas?
AZEREDO - Sim, parte dos custos foram bancados pela minha campanha. Fernando Henrique não foi a Minas na campanha por causa do Itamar Franco, que era meu adversário, mas tinha comitês bancados pela minha campanha.
Agora, se o mensalão tucano também irrigou o bolso do ministro Gilmar Mendes é o que vamos conferir na reportagem da Carta Capital.

Se verdadeira a informação, fica prejudicado (comprometido e explicado) o voto do ministro, que foi contrário à denúncia contra o senador Eduardo Azeredo pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Felizmente, o voto de Mendes foi derrotado e o Supremo aceitou denúncia contra o ex-governador mineiro e atual deputado federal Eduardo Azeredo.

Vamos ver agora a parte que cabe ao ministro Gilmar nesse latifúndio de corrupção do PSDB.

Como o "mensalão tucano" é o pai do chamado "mensalão do PT", está irremediavelmente comprometida a participação de Gilmar Mendes no julgamento que começa agora no dia 2 de agosto. Ele deve se considerar impedido, ou assim deve ser considerado por seus pares.
Postado por Miro

Gilmar inocentou Azeredo !

Em 2009, Gilmar Mendes defendeu Eduardo Azeredo. em 2009, Gilmar Mendes, então presidente do STF, defendeu Eduardo Azeredo e votou pela rejeição da denúncia sobre o “mensalão” do PSDB-MG. Veja  vídeo:
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Fantasma da modelo assassinada segue a aterrorizar políticos
Lista da movimentação financeira da campanha de Azeredo contém nome da modelo recebendo R$ 1.850 milhão por determinação de Mares Guia.
Na época, o crime ganhou repercussão nacional por envolver o nome de vários políticos de projeção, entre eles o ex-governador Itamar Franco, o ex-secretário da Casa Civil, Henrique Hargreves, o ex-governador Newton Cardoso, o ex-ministro do Turismo do primeiro governo do presidente Lula, Walfrido dos Mares Guia e o presidente da Companhia Energética de Minas Gerais, Djalma Moraes.
Foi em agosto de 2005 que a ligação da morte da modelo com o escândalo do mensalão veio a tona, após uma agenda com o telefone e o endereço de uma das agências de propaganda do empresário Marcos Valério Souza ser apreendida. Cristina Aparecida foi encontrada morta em 6 de agosto de 2000, em um flat de luxo em Belo Horizonte, após ser asfixiada. A morte dela ganhou repercussão nacional após policiais encontrarem anotações com contatos de várias autoridades do governo de Minas Gerais à época. Agora novo documento mostra que Cristiane Aparecida Ferreira teria recebido quase R$ 2 milhões de políticos e empresários ligados ao mensalão, levantando ainda mais a hipótese de que ela estaria associada ao caso e de que o assassinato pode estar relacionado ao esquema. O documento teria sido entregue a família de Cristiane e deve ser investigado. Após o júri, um de seus parentes, cujo nome ele pediu para ser mantido em sigilo, revelou que no dia em que ela foi morta ele recebeu um telefonema dela, dado de São Paulo, pedindo para ir se encontrar com ela que estava de posse de uma mala com um milhão de reais. Ele viajou a São Paulo, houve um desencontro, Cristiane veio para Belo Horizonte e acabou sendo morta.
A modelo Cristiane Aparecida Ferreira, além de envolvimento sexual com os políticos, teria se transformado também em agenciadora de garotas de programas e “mula” para o transporte de dinheiro proveniente do “mensalão”. Na acusação funcionou o promotor Francisco Santiago que denunciou entre outros fatores as investigações somente terem começado com quatro meses de retardo, segundo ele, por “determinação do Palácio da Liberdade” onde a moça tinha livre acesso, além de descaracterizações do cenário do crime. Francisco Santiago conseguiu desmontar a versão de suicídio e condenar Reynaldo Pacífico a 14 anos de reclusão em regime fechado, o que nunca foi cumprido.

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O papel da mídia

O MENSALÃO E O PHOTOSHOP DE UM TEMPO HISTÓRICO


[O mensalão tucano (disfarçado de “mineiro”), abafado e esquecido pela mídia e pela Justiça]

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Quando a notícia bomba explode no colo de tucanos e de Gilmar Mendes a Globo esconde

Como sempre, quando a batata assa para o lado demotucano, não sai nada na TV.
A revista Carta Capital trouxe a matéria com ingredientes novos do "mensalão tucano", entre eles uma listagem em que aparece o nome do ministro do STF Gilmar Mendes, como receptor de R$ 185 mil no "mensalão" tucano de 1998.

O relatório da suposta contabilidade do caixa-2 de campanha chegou às mãos do advogado da família da modelo Cristiane Ferreira, assassinada em Belo Horizonte em 2000.

Em qualquer caso o assunto é notícia explosiva que nenhum jornalismo poderia deixar de publicar. O Jornal Nacional não tocou no assunto.



A confissão da Folha tucana

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não pode passar despercebido um texto jornalístico que, por si só, antecipa o fim do julgamento do mensalão. Trata-se de editorial da Folha de São Paulo publicado em sua última edição dominical sob o título “À espera do mensalão”. A certa altura, o texto desmente tudo o que a mídia ligada ao PSDB vem afirmando há anos.


Esse veículo de comunicação que, depois da revista Veja, é o mais identificado com a oposição ao PT e ao governo Dilma, a dias do início do julgamento já reconhece que não há provas de que houve compra de parlamentares e uso de dinheiro público por ação da cúpula do partido.

Desprezando alegorias do texto destinadas a conferir grandiosidade ao julgamento que, segundo um ministro do STF (Ricardo Lewandowsky), não teria caráter político se não fosse a pressão da mídia, há que analisar, um a um, os trechos que interessam a fim de chegar àquele que mais interessa.

Leia com atenção porque, após tanta repetição de chavões pela mídia de 2005 para cá, é a primeira vez que ela assume fatos que vêm sendo informados por blogs como este desde aquela época.

*****

Da Folha:

(…) Evidências colhidas em sete anos de investigações, entretanto, não seriam suficientes, aos olhos de alguns especialistas, para caracterizar a ilicitude em duas questões centrais: a finalidade do esquema e a natureza dos recursos.

Não há nos autos elementos que sustentem de forma inequívoca a noção de que o objetivo do mensalão era comprar respaldo no Congresso. Sem a demonstração de que os pagamentos foram oferecidos em troca de apoio parlamentar, perdem alguma força as acusações de corrupção.

Quanto ao dinheiro, o STF precisará se pronunciar sobre sua origem, se pública ou privada. Comprovar o desvio de recursos públicos é pré-requisito para algumas acusações de lavagem de dinheiro, por exemplo(…)”


*****
Ora, acabou o julgamento. Ao menos no que tange à tese de compra de apoio parlamentar e uso de dinheiro público, deixando, “apenas”, acusação de formação de caixa 2 àqueles que sacaram dinheiro “não contabilizado” na boca do caixa, desvio que certamente ocorreu e que tem que ser punido.O princípio In Dubio Pro Reo se aplica “Sempre que se caracterizar uma situação de prova dúbia, pois a dúvida em relação a existência ou não de determinado fato deve ser resolvida em favor do imputado.” (apud SOUZA NETTO, 2003, p. 155).

A dúvida da autoria de um delito, assim, não está nas provas produzidas, mas na mente de quem as julga. A dúvida não é a causa e motivo de absolvição, mas falta de elementos de convicção que demonstrem ligação do acusado com o fato delituoso.

É nesse ponto que o editorial termina de enterrar a condenação ao menos de José Dirceu e, por conseguinte, a teoria de um esquema institucionalizado de compra de votos de parlamentares com uso de dinheiro público.
O assunto mensalão ocupou cerca de 70% dos cadernos de política dos grandes jornais do domingo que antecede o início do julgamento. Tudo o que esses veículos publicaram não passa de opinião e especulação, na base do “parece”, “é provável” etc. Todavia, o editorial da Folha se diferencia porque, pela primeira vez em cerca de sete anos, um dos braços da imprensa ligada ao PSDB reconhece ausência de provas do mensalão.

Após tantos anos garantindo que haveria certeza de que houve compra de votos de parlamentares e uso de dinheiro público, a mídia tucana parece querer deixar uma porta aberta por onde escapar caso o julgamento do STF seja técnico e não político, como ela quer.

Aliás, como curiosidade, vale citar matéria da mesma Folha também deste domingo que repete afirmação que este blog fez no último dia 10 de julho no post Se pressionar STF for “crime”, PIG pode “vestir” as algemas. Nesse post, o blog afirmou que o julgamento do mensalão assemelha-se ao do ex-presidente Fernando Collor.

Como se sabe, Collor foi absolvido por falta de provas. Afinal de contas, In Dubio Pro Reo.



sábado, 28 de julho de 2012

'Valerioduto' abasteceu Gilmar Mendes e FHC

'Valerioduto' abasteceu Gilmar Mendes e FHC, mostram documentos entregues à PF

Planilhas obtidas pela revista CartaCapital trazem pagamentos feitos a políticos, membros do Judiciário e empresas de comunicação
Publicado em 27/07/2012

São Paulo – Reportagem da revista CartaCapital que chegou hoje (27) às bancas traz documentos inéditos sobre a contabilidade do chamado “valerioduto tucano”, que ocorreu durante a campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. A matéria, assinada pelo repórter Leandro Fortes, mostra que receberam volumosas quantias do esquema, supostamente ilegal, personalidades do mundo político e do judiciário, além de empresas de comunicação, como a Editora Abril, que edita a Revista Veja.
Estão na lista o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os ex-senadores Artur Virgílio (PSDB-AM), Jorge Bornhausen (DEM-SC), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT), os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e José Agripino Maia (DEM-RN), o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) e os ex-governadores Joaquim Roriz (PMDB) e José Roberto Arruda (ex-DEM), ambos do Distrito Federal, entre outros. Também aparecem figuras de ponta do processo de privatização dos anos FHC, como Elena Landau, Luiz Carlos Mendonça de Barros e José Pimenta da Veiga.
Os documentos, com declarações, planilhas de pagamento e recibos comprobatórios, foram entregues ontem (26) à Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais. Estão todos com assinatura reconhecida em cartório do empresário Marcos Valério de Souza – que anos mais tarde apareceria como operador de esquema parecido envolvendo o PT, o suposto “mensalão”, que começa a ser julgado pelo STF no próximo dia 2.
A papelada chegou às mãos da PF por meio do criminalista Dino Miraglia Filho – advogado da família da modelo Cristiana Aparecida Ferreira, que seria ligada ao esquema e foi assassinada em um flat de Belo Horizonte em agosto de 2000. Segundo a revista, Gilmar Mendes teria recebido R$ 185 mil do esquema. Fernando Henrique Cardoso, em parceria com o filho Paulo Henrique Cardoso, R$ 573 mil. A Editora Abril, quase R$ 50 mil.
A CartaCapital ainda não colocou em seu site a matéria completa, que pode ser lida na versão impressa.
Economia 

Gilmar, juiz ? Não ! Ele é réu !

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, recebeu R$ 185 mil deste Mega-Caixa Dois.


Os repórteres Mauricio Dias e Leandro Fortes, na Carta Capital desta semana, publicam a contabilidade do maior de todos os mensalões.
Trata-se da contabilidade de Marcos Valério para a re-eleição de Eduardo Brandão de Azeredo a governador de Minas, e de Fernando Henrique Cardoso para Presidente, em 1998.
São “demonstrações de recursos arrecadados com as fontes e os recebedores”.
São 26 páginas.
Dez se referem a doadores.
Entre os ilustres doadores, o insigne Banco Opportunity, do banqueiro que mereceu dois HCs Canguru.
Dezesseis páginas se referem a recebedores.
Uma Mega-Caixa Dois que movimentou a bagatela de R$ 104 milhões.
Viva o Brasil !
Viva a UDN !
Viva o PiG (*) !
Viva o Merval !

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, aquele que foi chantageado e não denunciou o chantageador; aquele que, segundo o Demóstenes ao Cachoeira, “mandou subir”, este Catão de Diamantino, recebeu, então,  R$ 185 mil.
Nessa época, ele já trabalhava para o Presidente Fernando Henrique, e cuidava de instalar, em Brasília,  seu Instituto de Ensino da Constituição por SMS.
R$ 185 mil !
Estão entre os recebedores: Paulo Henrique Cardoso e o pai, Fernando Henrique Cardoso, que, depois de expressa recomendação de Azeredo e de Pimenta da Veiga, são agraciados com a ninharia de R$ 573 mil.
Recebem tambem outros heróis do PiG (*), como Tasso Jereissati, Ronaldo Cesar Coelho e o indefectível Heráclito Fortes.
Há um ilustre petista, Senador Delcídio Amaral, que quase sepultou a CPI dos Correios antes de indiciar Daniel Dantas.

E se isso tudo for uma fraude ?

Como, por muito tempo, os tucanos disseram que era a Lista de Furnas.
Bem, Mauricio Dias e Leandro Fortes são macacos velhos.
Os documentos datam de 28/03/1999.
São assinados por Marcos Valério com firma reconhecida.
Os documentos têm uma cópia adicional, assinada por Valério e Cláudio Mourão, para dar autenticidade à contabilidade.
Além disso, Dias e Leandro mostram DOCs cujos valores coincidem com os mencionados nas operações para os beneficiários.
Há algumas surpresas no Mega Mensalão tucano.

André Lara Resende e Luiz Carlos Mendonça de Barros, os cérebros da Privataria, recebem insignificantes R$ 1 mil, cada.

Consta da lista, como quem recebeu R$ 1 milhão e 825 mil, a modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada.

Bomba ! O mensalão tucano
e a modelo assassinada

Aparecem os vestígios (de sangue) do mensalão tucano.O infatigável Stanley Burburinho acha esse vídeo da TV Record – Minas que se refere a denúncia da Carta Capital.  
http://www.conversaafiada.com.br/video/2012/07/28/bomba-o-mensalao-tucano-e-a-modelo-assassinada/

Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil



Os telegramas do Wikileaks sobre o programa espacial

Por Marco Antonio L.
Do Opensante 
Wikileaks: Revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC e morte de um Brasileiro
Por Brasil um Pais de Todos 
Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países 

Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.

O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão. 

Veto imperial
O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.
“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”

Guinada na política externa
O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.

Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles. 

Bomba! Bomba!
O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral
A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente
O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.
 
NOTA 
Abaixo segue uma nota comentada pelo amigo Vladimir G. que também é muito interessante tratando se de possíveis sabotagens EUAxBrasil: 
Em setembro de 2006, esse acidente se tornou a maior tragédia da história da aviação no Brasil, com 154 mortos. Aparentemente, uma colisão entre a ponta da asa de um jatinho Embraer com a fuselagem do 737 da Gol causou a queda do avião maior. Além de todas as notícias especulando as causas do acidente, a procura por corpos e destroços na floresta, os erros dos pilotos, as falhas dos radares... circulou na época um e-mail muito curioso, pra dizer o mínimo... 
O autor do texto falava sobre uma equipe de cientistas brasileiros a bordo do avião. Segundo o texto, esses cientistas realizavam pesquisas sobre o uso de microorganismos em baterias elétricas, uma tecnologia revolucionária que permitiria a produção de baterias mais eficientes que as modernas baterias de lítio usadas em notebooks e celulares. Essa bateria de vírus seria mais potente, produzindo mais energia, em uma bateria menor e mais leve que as de lítio. Existem outras pesquisas sobre esse tipo de bateria, especialmente nos Estados Unidos, onde há um grande projeto sobre essas baterias. Porém, segundo o texto, o projeto brasileiro era ainda mais avançado e superava o americano. Infelizmente, a equipe de cientistas que trabalhava nesse projeto morreu no acidente.
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

O movimento separatista de 1932

O QUE LEVOU OS PAULISTAS AO FRONT DE BATALHA EM 1932

 Por Felipe Rousselet, do “SPressoSP
“No último 9 de julho, foi celebrado o aniversário de 80 anos da "Revolução Constitucionalista de 1932". O conflito foi a expressão da insatisfação paulista com a revolução de 1930, que alçou Getúlio Vargas ao comando do país. O "anseio por uma Constituição e a autonomia administrativa de São Paulo" foram os motivos usados pela "Frente Única Paulista", união dos "Partido Democrático" e do "Partido Republicano Paulista", para convencer o estado a ir ao front de batalha e colaborar financeiramente com o combate. Mas, em 1 de outubro de 1932, isolado por Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que se mantiverem fiéis ao governo de Getúlio, São Paulo assinou sua rendição e deu fim ao conflito.
Quais foram os reais motivos que levaram os paulistas às armas em 1932? Teria sido, de fato, uma revolução genuinamente de "ideais democráticos e constituintes" ou o conflito armado teria sido motivado por interesses econômicos e políticos locais, de uma elite insatisfeita com os resultados da chegada de Vargas ao poder em 1930 e que diminuiu significativamente o poder político dela no âmbito nacional?
O “SPressoSP” conversou com o economista, professor titular da Universidade Federal do ABC e pesquisador de História Econômica da Fundação Getúlio Vargas, Ramón Garcia Fernandez, para tratar do tema. E ele explica melhor a história da data.
 Ramón Garcia Fernandez
SPressoSP – Pode se afirmar que houve, de fato, uma “revolução” em 1932?

Ramón Garcia Fernandez – Não sei qual é o nome mais adequado. Certamente, nem 'revolução' nem 'guerra civil'. Talvez uma “contrarrevolução” chegasse mais perto, mas também não é o termo que expressa exatamente minha opinião do que foi que aconteceu. “Levante” talvez seja mais descritivo.
SPressoSP – Foi o anseio por uma Constituição que motivou aquele precesso?

Fernandez – Interesses do conflito armado iam além da instituição de uma Constituição. Ou seja, São Paulo comandava, por décadas, uma república aristocrática e com eleições fraudulentas, e ninguém mexia uma palha pela democratização efetiva. Quando há um golpe de outro setor da elite que alija São Paulo do poder, viramos todos "democratas preocupadíssimos com a Constituição". Dá para acreditar?
SPressoSP – Qual foi o papel das elites cafeeiras neste episódio?

Fernandez – A liderança efetiva da revolta foi das elites cafeeiras, embora deva se reconhecer que todos os grupos e classes sociais de São Paulo alinharam-se a elas.
SPressoSP – Quais foram os reais motivos para a eclosão do conflito?

Fernandez – A perda da liderança nacional e o aumento do centralismo, restringindo a autonomia de São Paulo, num clima de crise econômica, certamente são os fatores maiores. Mas não se pode deixar de mencionar a inabilidade do Getúlio ao nomear como interventor João Alberto e dar mando aos tenentes em diversos postos chave. Quanto à Constituição, essa foi uma cortina de fumaça. Não nego que muitos acreditavam nela, mas esses não teriam conseguido fazer mais do que uma passeata.
SPressoSP – Se o ideário constituinte paulista foi tão forte em 1932, porque ele não foi suficiente para que houvesse novo levante em 1937, quando Getúlio instituiu o Estado Novo ?

Fernandez – Bem, já disse que isso de “ideário” sempre foi muito mais para inglês ver. Além disso, em 1937, a conjuntura havia mudado muito. Getúlio fez, nesse período, muitas concessões políticas para São Paulo, deixando de colocar “estrangeiros” (na visão dos paulistas da época) no comando do estado, e nomeou autênticos paulistas da gema. A recuperação econômica também tinha reduzido a conflitividade. Especialmente, a indústria estava indo muito bem, e os industriais passaram a considerar essencial o apoio do Estado centralizado para conquistar o mercado interno. Veja que uma figura chave como Roberto Simonsen passa de apoiador da Revolução em 1932 a apoiador do governo logo depois.
Fora isso, temos que considerar a mudança do mundo: a polarização crescente em nível global, a firme resposta do Getúlio à “Intentona Comunista” etc. tornam menos atraentes os ideais democráticos em 1937 do que em 1932. A aceitação de uma ditadura é maior até para as classes médias. Além do que, como nos ensina a época do milagre econômico, a aceitação de ditaduras cresce em períodos de bonança. A aceitação do Estado Novo foi praticamente unânime.
SPressoSP – A revolução de 1932 teve viés separatista?

Fernandez – Não dá para dizer que era um acordo total, mas está claramente documentado que alguns dos maiores líderes intelectuais queriam o separatismo, ou, no mínimo, uma federação super frouxa. Isso não é especulação. Para captar a mentalidade paulista dessa época, as pessoas deveriam ler os livros do professor Alfredo Ellis Jr. É impossível fazer qualquer descrição do grau de autopromoção das elites paulistas que há em sua obra, tem que ir e ler na fonte.
SPressoSP – Qual foi o legado do conflito para São Paulo e para o Brasil?

Fernandez – Deu uma salutar cacetada na oligarquia cafeeira e tornou São Paulo uma parte mais colaborativa com o país como um todo. Para o Brasil, foi ótimo passar a ter um estado com a iniciativa, o dinamismo e os recursos de São Paulo jogando para o time, e não pensando só em si mesmo. Em termos gerais, consolidou a posição do Getúlio, o que acabou favorecendo a industrialização do Brasil e afundando de vez o sonho do retorno ao modelo agroexportador da República Velha."
FONTE: escrito por Felipe Rousselet, do “SPressoSP. Postado no blog “Escrivinhador” (http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/o-que-levou-os-paulistas-ao-front-de-batalha-em-1932.html#more-14340). [Imagens do google adicionadas por este blog 'democracia&política']

segunda-feira, 9 de julho de 2012

1932 : São Paulo contra o Brasil

1932: a guerra de 80 anos que ainda não acabou

1932: a guerra de 80 anos que ainda não acabou Foto: Edição/247

No 9 de julho, São Paulo comemora oito décadas de sua “revolução constitucionalista” contra Getúlio Vargas. Um movimento que Lula definiu como “golpe” e que José Serra, como governador, tentou resgatar. Afinal, quem tem razão?

09 de Julho de 2012 às 06:50
 
Leonardo Attuch _247 – Eis algumas perguntas intrigantes para um forasteiro, como eu e milhões de brasileiros, que constrói sua vida em São Paulo:
1) Por que não há, na capital paulista, ao contrário das outras capitais metrópoles, uma única rua ou avenida que homenageie Getúlio Vargas?
2) Por que depois de Júlio Prestes, eleito presidente em 1930, mas não empossado, nenhum outro paulista conseguiu tal feito? (Jânio Quadros nasceu no Mato Grosso e Fernando Henrique Cardoso no Rio de Janeiro)
3) Por que na bandeira paulista há a inscrição “Non Ducor, Duco” (Não sou conduzido, conduzo)?
4) Por que a data mais importante de São Paulo, o Nove de Julho, celebra um movimento que poderia ter separado o estado do restante do País?
5) Afinal, a revolução constitucionalista de 1932 foi um movimento em defesa da democracia ou uma tentativa frustrada de golpe, arquitetada pelas oligarquias cafeeiras de São Paulo, que se sentiam ameaçadas pela Revolução de 1930?

Essas perguntas podem parecer distantes, mas, até hoje, ecoam na política brasileira.
Sim, estão mais presentes do que se imagina. Dias atrás, ao iniciar sua corrida pela prefeitura de São Paulo, José Serra não falou absolutamente nada sobre a cidade que pretende comandar. Tratou sua eventual vitória como uma batalha democrática a ser vencida. “O que acontecer em São Paulo é fundamental para o que vai acontecer no Brasil”, disse Serra. “O que está em jogo aqui é o futuro de um sistema democrático, republicano, que respeita as oposições, que respeita a democracia, que respeita a liberdade de imprensa. A nossa vitória aqui significa afirmar a luta democrática do povo brasileiro”.

O Brasil vive hoje sua plenitude democrática, nunca tantos se expressaram como agora, mas o discurso das oposições, frequentemente, trafega pela defesa de uma liberdade, que não está ameaçada. De todo modo, Serra se coloca como um dos heróis de 1932, que estão homenageados no Obelisco do Ibirapuera, porque se levantaram e pegaram em armas para enfrentar Getúlio Vargas.
São Paulo não gosta de Getúlio. E, de certa forma, também rejeita o chamado “lulismo”. Por quê? Certa vez, fiz essa pergunta ao economista Delfim Netto. E ele, com a fina ironia de sempre, respondeu: “Os paulistas nunca perdoaram o bem que Getúlio fez por São Paulo”.
Em 1959, Delfim Netto publicou um trabalho chamado “O problema do café no Brasil”, considerado um clássico da historiografia econômica. Delfim demonstrou que a economia cafeeira era intrinsicamente geradora de instabilidades cambiais. E quem começou a libertar o Brasil desses ciclos foi justamente Getúlio Vargas, ao impulsionar o processo de industrialização do País.

Se os paulistas rejeitam Getúlio e o “lulismo”, o ex-presidente também tem um caso mal resolvido com São Paulo. Depois de cumprir seus dois mandatos na presidência da República, Lula quer porque quer tomar a principal cidadela tucana no País. E sempre fez de Getúlio seu principal referencial – mesmo em imagens oficiais, como aquela em que sujou as mãos de petróleo. Se Fernando Henrique tomou posse prometendo enterrar a era Vargas, Lula tratou de resgatá-la.
Ao abordar o Nove de Julho de 1932, Lula tratou a data que os paulistas chamam de revolução como golpe. “Lamentavelmente, uma parte da elite brasileira, inclusive uma parte da elite intelectual, inconformada porque não conseguiu ganhar o golpe de 32... que chama de revolução, mas aquilo foi uma tentativa de golpe [...] não se conforma... [então] é muito triste, aqui em São Paulo a gente não encontra uma rua com o nome de Getúlio Vargas", disse o ex-presidente, em 2010, ao inaugurar um auditório do Sindicato dos Metalúrgicos em homenagem a Getúlio.
José Serra, naturalmente, pensa de forma oposta. Como governador de São Paulo, publicou, pela Imprensa Oficial, um livro do historiador Marco Antônio Villa – um dos maiores críticos do ex-presidente Lula – que resgata o movimento de 1932 e até mesmo um livreto em quadrinhos para distribuição nas escolas. Anos atrás, também publicou um artigo na Folha de S. Paulo sobre o Nove de Julho, onde se lê:
A participação da juventude dava ao movimento um ar de esperança na construção de um país democrático. Mais uma vez, estava sendo jogada a sorte do Brasil. Após a independência e a República, o desafio era o compromisso intransigente e inegociável com a democracia.
Enganam-se os que imaginam que recordar 1932 é simplesmente remexer no velho baú da história. É muito mais que isso: é uma bela data da história do Brasil e de São Paulo. Seus sinônimos são a liberdade, o voto secreto, a eleição livre, a independência dos três Poderes, a Constituição.”

José Serra talvez não sonhe mais com a presidência. Talvez seja um Júlio Prestes redivivo, que não chegou lá por ter sido traído pelos mineiros (leia-se Aécio Neves). Afinal, muitos historiadores avaliam que a política do café com leite foi rompida porque os mineiros se aliaram aos gaúchos na Revolução de 1930. E, dois anos depois, teriam deixado os paulistas sozinhos no combate contra as forças getulistas.

Lula, que se vê como herdeiro de Getúlio, talvez volte em 2018, ou mesmo em 2014, caso Dilma decida não concorrer à reeleição. Se isso ocorrer, mesmo que em eleições livres, podem escrever: as forças de São Paulo, lideradas por nomes como Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes, pegarão em armas para defender a ordem constitucional. Golpe ou revolução?

domingo, 1 de julho de 2012

A vitória do Bolsa Família

A vitória do Bolsa Família

Enviado por luisnassif, dom, 01/07/2012 - 08:00 Coluna Econômica

Se houve um vitorioso na Conferência Rio+20 foram as políticas de transferência de rendas do país e, entre elas, especificamente o Bolsa Família.
A agenda da pobreza acabou indo para o centro do documento final da conferência. E em todo lugar em que se discutia o tema, a experiência brasileira era apontada como a mais bem sucedida, em vários aspectos: efetividade (não gera dependência), os beneficiários trabalham, há o emponderamento das mulheres, melhor frequência escolar e desempenho das crianças.
Hoje em dia, há pelos menos duas delegações internacionais por semana visitando o MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), segundo informa a Ministra Tereza Canepllo, para saber mais detalhes da experiência.
 
Com 9 anos de vida e 13,5 milhões de famílias atendidas, com riqueza de séries históricas, estatísticas e avaliações, o Bolsa Família conseguiu desmentir várias lendas urbanas:
Lenda 1 – o BF criará preguiçosos acomodados.
Os levantamentos comprovam que maioria absoluta dos adultos beneficiados trabalha na formalidade e na informalidade.
Lenda 2 – as beneficiárias tratarão de ter mais filhos para receber mais auxílio.
O último censo comprovou redução geral da natalidade no país, mais ainda no nordeste, mais ainda entre os beneficiários do BF.
Lenda 3 – um mero assistencialismo sem desdobramentos.
Nos estudos com gestantes, as que recebem BF frequentam em 50% a mais o pré-natal; as crianças nascem com mais peso e altura; houve redução da mortalidade materna e infantil. Há maior frequência das crianças às escolas.

Agora, através do programa Brasil Carinhoso, se entra no foco do foco, as famílias mais miseráveis com crianças de 0 a 6 anos. No total, 2,7 milhões de crianças.
Em 9 anos, atendendo 13,5 milhões de família, o BF consegue uma avaliação refinada e de segurança para todos os parceiros.
Com Brasil Carinhoso pretende-se chegar a 2,7 milhões de crianças, em famílias pobres com filhos entre 0 e 6 anos de idade.
A grande preocupação da presidente, explica Tereza Campello, é que essas crianças não podem esperar: qualquer impacto da pobreza sobre sua formação, qualquer problema nutricional as afetará por toda a vida
Essas famílias representam 40% dos extremamente pobres do país. Primeiro, se levantará sua renda atual. O Brasil Carinhoso complementará até atingir R$ 70,00 per capita por mês.
Hoje em dia, não há um técnico de renome que tenha ressalvas maiores ao Bolsa Família. As críticas estão concentradas em colunistas sem conhecimento maior de metodologia de políticas sociais, de estatísticas.
No início do governo Lula, havia duas vertentes de discussão sobre políticas sociais. Uma, a do universalismo inconsequente, a do distributivismo sem metodologia – cujo representante maior era Frei Betto e seu Fome Zero. A outra, um modelo metodologicamente sofisticado,, tem como figura central (na parte de focalização) o economista Ricardo Paes de Barros.
Prevaleceu um misto do modelo, com as estatísticas sendo utilizadas para focalizar melhor os benefícios. Foi esse modelo que acabou consagrando universalmente o BF.

Bolsa família e a queda da violência

Por Marcelo Semer, no blog Sem Juízo:
Tachado de assistencialista e eleitoreiro, acusado de desestímulo ao trabalho, o Bolsa Família acaba de receber um inesperado reconhecimento.

Trabalho inédito realizado por pesquisadores da PUC do Rio de Janeiro para o Banco Mundial apontou que a expansão do programa pode ter sido responsável pela queda de cerca de 20% da criminalidade em São Paulo.O levantamento foi objeto de reportagem de “O Globo”. Segundo afirma João Manoel Pinho de Mello, um dos pesquisadores ouvidos, onde houve maior expansão do Bolsa Família em 2008 (com a inclusão do atendimento a famílias com jovens de 16 a 17 anos), houve maior queda da criminalidade, considerando a prática de delitos variados como roubos, vandalismos, estupros, homicídios e tráfico de entorpecentes.

O estudo ingressa em uma área quase virgem.Combinar emprego, educação, transferência de renda e prática de crimes é algo que até agora não se tinha analisado com profundidade.Afinal, o que é mais cômodo como resposta para a evasão escolar de crianças? Estimular e dar condições materiais a seus pais ou simplesmente ameaçá-los de prisão pelo “abandono intelectual”?
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Embora não a explique totalmente, a desigualdade tem influência decisiva na criminalidade.Quando aumenta a renda, diz o pesquisador Rodrigo Soares, o ganho relativo com ações ilegais diminui e a interação social dos jovens muda ao frequentarem a escola e conviverem mais com gente que estuda.
Em algum momento vamos perceber que inclusão é muito mais eficiente e mais barato do que a repressão.